quarta-feira, junho 12, 2013

O sermão profético, leitura da Páscoa

[Grão de Trigo, Abr. 2012, p. 4]

O evangelho segundo Mateus tem cinco grandes discursos de Jesus. O último destes é o discurso escatológico (ou sermão profético), nos capítulos 24 e 25. Foi proferido no Monte das Oliveiras, na antevéspera da celebração da Páscoa judaica.

A este discurso devemos dar uma atenção especial na preparação da rememoração de Jesus enquanto nossa Páscoa, pois foi com essas palavras que o Senhor se dirigiu aos apóstolos como preparação da sua morte na cruz.

Nele, Jesus aponta não só para depois da sua morte, mas também para depois da sua ressurreição e até para depois daquilo que, mais tarde, na Grande Comissão (28:18-20), convidará os apóstolos a fazerem depois da sua ascensão.

Trata-se de um discurso sobre a Salvação, pois é esse o fim eficaz da Páscoa em Cristo. Jesus adverte contra os falsos salvadores, apelando indiretamente à fidelidade à sua pessoa como Cristo único e verdadeiro (24:3-14).

Fala do fim dos tempos como realidade, pois é o horizonte escatológico que quer que tenhamos presente para não nos crermos já salvos (24:15-28). Lembra que virá de novo e que isso é penhor da tribulação que anuncia – e a que desde logo associa a esperança – porque virá de novo (24:29-31).

Seguem-se quatro parábolas, que fazem a luz possível sobre a medida pela qual seremos julgados (24:32-25:30).

Por fim, Jesus desvenda, com a mesma luz possível, como seremos julgados, recolocando o Mandamento Novo no centro de toda a economia da salvação (25:31-46) – o Rei identifica-se com o próximo a quem deveríamos ter devolvido o amor que nos foi anunciado como medida de todas as coisas no reino dos céus.